GRI GRI 304-3 Habitats protegidos ou restaurados

GRI 304-3 Habitats protegidos ou restaurados

A Bracell destina mais de 35% das áreas de sua operação florestal à preservação e conservação da vegetação nativa. A demarcação é realizada a partir dos critérios estabelecidos no Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012). As áreas degradadas até julho de 2008 entram no planejamento de recuperação de áreas da operação florestal da Companhia.

Desde 2015, a Bracell vem executando seu Programa de Restauração de Áreas Degradadas na Bahia, sendo que sua metodologia foi aprovada pelo órgão ambiental estadual competente, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). As áreas de vegetação nativa foram restauradas utilizando técnicas de plantio, melhorias na qualidade do solo e controle de processos erosivos.

Na Bahia, a Bracell realiza o Programa de Regularização de Áreas, conduzido em três etapas:

  • Diagnóstico: a área programada para receber o plantio no ano recebe visita técnica para observação das condições do solo, vegetação nativa existente na área de influência direta e indireta, seleção de técnicas de restauração e organização do cronograma de ações;
  • Execução: nas áreas em recuperação podem ser aplicadas técnicas para reconstituição de taludes, paliçada ou uso de sacos de contenção, e de desagregação de solo, deposição de matéria orgânica, transporte de galharias, instalação de poleiros, adubação, adição de nutrientes, combate de formigas e plantio de mudas nativas (direto 4 x 4, nucleação, ou enriquecimento);
  • Manutenção e monitoramento: durante três anos, as áreas passam por monitoramento e ações para potencializar o desenvolvimento da vegetação instalada com coroamento, controle de formigas e enriquecimento.

Em 2023, mais de 60 hectares passaram por processos de restauração ativa e mais de 450 hectares por controle de espécies exóticas invasoras, na unidade florestal da Bahia. Para 2024, a meta é incluir estratégias robustas para a restauração do horizonte orgânico, desenvolver parceiros para melhorar os resultados na restauração florestal, assim como criar métodos de monitoramentos mais assertivos para a regeneração natural.

Nas operações de São Paulo, o Programa de Restauração de Áreas Degradadas, realizou em 2023, 188 ha de atividades de restauração. Os resultados vêm sendo acompanhados por meio de relatórios e quando pertinente, são disponibilizados aos órgãos ambientais competentes. Para 2024, a meta é realizar as atividades de restauração em 393 ha em áreas de conservação.

Uma iniciativa da Bracell em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental ambiental brasileira, resultou no plantio de árvores do bioma Mata Atlântica em áreas de parceiros da Companhia nos municípios de Botucatu, Agudos e Piratininga, no estado de São Paulo. Por meio do Programa Florestas do Futuro, executado pela Fundação, a Bracell iniciou a restauração florestal de matas ciliares, contribuindo com a proteção dos recursos hídricos das nascentes das áreas contempladas. A ação teve início em 2022 e a fase de plantio foi concluída em 2023.

No município de Botucatu (SP), foram plantadas 61.975 mudas, em Agudos (SP), 10.025 e, em Piratininga (SP), 5.000, totalizando 77 mil árvores da Mata Atlântica, que é o bioma mais devastado do Brasil e considerado um dos dez ecossistemas-bandeira para a restauração florestal no mundo pela Década da Restauração de Ecossistemas.

Monitoramento ambiental

Todas as informações de uso do solo das áreas sob gestão da Bracell são georreferenciadas, incluindo as Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e demais Áreas de Vegetação Nativa destinadas à conservação. Informações sobre a área produtiva de eucalipto, infraestruturas e recursos hídricos, assim como áreas de grande importância cultural e social também constam neste mapeamento.

As áreas florestais são monitoradas por meio de imagens de satélite e drones, que permitem avaliações precisas desde o desenvolvimento das florestas plantadas até possíveis ocorrências em campo, como desmatamento e focos de incêndio. O sistema de monitoramento identifica o formato e as configurações das propriedades, realiza inventários detalhados em 3D, aponta eventuais falhas no plantio e ameaças ao crescimento de árvores, mapeia as áreas de difícil acesso e identifica riscos e potenciais impactos para ação imediata.

Além disso, dispomos do Programa de Monitoramento da Biodiversidade, para gestão da informação a respeito das espécies identificadas, níveis tróficos e grau de preservação das áreas em que atuamos. Periodicamente, equipes especializadas monitoram a fauna e a flora em fragmentos representativos dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Esses dados auxiliam a Companhia no emprego das melhoras práticas de manejo florestal, de forma que as estratégias estejam alinhadas à ampliação dos efeitos positivos das iniciativas, além de minimizar possíveis impactos negativos relacionados às atividades florestais.

Prevenção e combate a incêndios florestais

Nas Unidades de Conservação, um dos principais riscos é o incêndio florestal. Como medida de mitigação, são construídos aceiros, doados equipamentos para prevenção e controle de incêndios à comunidade local, instaladas placas de sinalização e realizados workshops para brigadistas destinados a vizinhos e membros de comunidades locais.

A Bracell planejou sua área de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais pensando na preservação do meio ambiente, no bem-estar das pessoas e do planeta, e na sustentabilidade e competitividade dos seus negócios. A Companhia possui 37 torres de monitoramento com câmeras de alta resolução que cobrem 85% das áreas em São Paulo e 61% na Bahia, contemplando áreas de florestas plantadas e de conservação.

Na brigada de incêndio, auxiliares de segurança patrimonial e trabalhadores florestais se dividem em dois grupos: Grupo de Ação Rápida (GAR) e Grupo de Identificação e Combate (GIC). Anualmente, no início do período crítico de incêndio, são divulgados mapas onde constam os pontos de captação de água que serão acessados pelos caminhões de combate a incêndios e brigadas ligeiras. Esses pontos são distribuídos de forma estratégica a fim de otimizar o tempo de abastecimento e chegada ao local da ocorrência. Durante a estação do fogo são mantidos especialmente limpos os aceiros internos e externos, com maior atenção àqueles que margeiam áreas críticas.

Além disso, a Companhia assinou Acordo de Cooperação Técnica com o Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com a interveniência do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), para planejar e executar ações para prevenir e reduzir incêndios florestais.

Em 2023, foi observado um aumento no número de áreas atingidas em relação a 2022, o que pode ser atribuído a questões climáticas. Houve, no ano, grande incidência de dias com temperaturas acima de 30 °C, velocidade do vento acima de 30 km/h e umidade do ar abaixo de 30% – confluência de fatores chamada de triplo 30. Apesar de não termos tido um grande número de ocorrências, foram incêndios de maiores proporções do que no período anterior. Os incêndios florestais registrados não têm origem nas operações da Bracell. Todos têm origem criminosa, natural ou devido a práticas inseguras de terceiros.

Saiba mais sobre as ações e compromissos de proteção da biodiversidade e dos habitats em que a Bracell se insere, no conteúdo GRI 3-3.