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GRI 3-3 Gestão do tema material biodiversidade

Biodiversidade é tema material para Bracell cujo escopo abrange estratégias, políticas e programas para preservar as florestas (atuação na preservação e/ou recuperação de áreas florestais e das espécies da fauna e/ou da flora), e prevenir o desmatamento.

Em 2023, a Bracell divulgou o seu conjunto de metas de sustentabilidade de longo prazo, o Bracell 2030, do qual fazem parte as seguintes metas de Paisagens Sustentáveis e Biodiversidade:

Conservação de 230.000 ha de matas nativas

Proteção de espécies endêmicas e ameaçadas

Apoio na reintrodução de animais na Natureza

Pesquisa científica sobre conservação da biodiversidade

A preservação das florestas e da biodiversidade é parte indissociável de nosso negócio. Em nossas operações florestais, adotamos estratégias que visam à proteção da vegetação nativa e da biodiversidade nos biomas da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, onde estão localizadas nossas operações.

Utilizamos dados oficiais do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para georreferenciar todas as informações sobre as fazendas sob gestão da Bracell. Em nosso sistema de informação geográfica, cruzamos essa coleta com outras bases, como as de unidades de conservação, de zonas de amortecimento e de áreas de proteção ambiental. Isso delimita os procedimentos operacionais em cada propriedade da Companhia, a depender das restrições e condições dos planos de manejo.

Nosso manejo florestal é sempre realizado em áreas antropizadas, ou seja, anteriormente ocupadas por culturas agrícolas ou pastagens. Estamos comprometidos com o desmatamento zero desde o início de nossas atividades, conforme formalizamos na nossa Política de Sustentabilidade.

Integram nossas práticas de manejo florestal:

  • Mosaicos florestais, intercalando áreas de plantações de eucalipto com áreas de floresta nativa (Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga), favorecendo a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e as paisagens;
  • Manejo do solo com ênfase na conservação de seus atributos físicos, químicos e biológicos, por meio da prática do cultivo mínimo;
  • Manutenção de resíduos pós-colheita, como cascas, ramos e folhas. Essa ação reduz o uso de fertilizantes químicos, favorecendo o aumento dos teores de matéria orgânica no solo;
  • Controle natural de pragas, com o Manejo Integrado de Pragas e Doenças (MIPD). Por meio da resistência genética e uso de inimigos naturais, promovemos maior equilíbrio ambiental. O controle químico somente é adotado como última alternativa; e
  • Proteção de áreas de conservação e da biodiversidade. Não operamos em Áreas de Conservação (Áreas de Preservação Permanente ou Reserva Legal) nem em solos turfosos.

Compromisso Um-Para-Um

Em 2022, a lançamos uma iniciativa inédita no setor de celulose brasileiro, de preservação de áreas de vegetação nativa: o “Compromisso Um-Para-Um”, que contribuirá para a conservação das áreas de vegetação nativa em tamanho igual às áreas de plantio. Para cada hectare plantado de eucalipto, a Bracell se compromete com a conservação de um hectare de área nativa.

Esta iniciativa inédita amplia a atuação da empresa na conservação da biodiversidade para além das nossas áreas de operação. Adotamos esse compromisso de forma permanente. Assim, caso a Companhia aumente os plantios de eucalipto após 2025, proporcionalmente, será ampliado também o total de áreas conservadas, de forma a manter o Compromisso Um-Para-Um.

Além da preservação de florestas nativas existentes nas áreas de produção da Bracell, o compromisso apoia a conservação em áreas públicas e a recuperação de áreas degradadas por meio de parcerias com governos e outras instituições. Por meio dele, também atuamos na prevenção e combate a incêndios florestais, ao desmatamento e furto de madeira nativa, caça e captura ilegal de animais silvestres.

As parcerias públicas com os níveis federal, estadual e municipal ocorrem na forma de transferência de serviços ou materiais às unidades de conservação, como parques, estações ecológicas, refúgio da vida silvestre ou outras categorias. As parcerias com proprietários privados poderão ocorrer no apoio à conservação ambiental de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) ou para a restauração de áreas degradadas.

Ambas iniciativas atendem critérios como localização, estratégia e prioridades de ações de conservação de ambas as partes. O resultado é um apoio efetivo na proteção, conservação ou incremento à biodiversidade e serviços ecossistêmicos locais e regionais, além do impacto positivo ao clima a partir do aumento do sequestro e estoque de carbono nas florestas sob o compromisso da Bracell e seus parceiros.

92% de alcance do Compromisso Um-Para-Um

Destaques de 2023

No ano, a Bracell:

  • Assinou um termo de compromisso de longo prazo, com duração de dez anos, com a Fundação Florestal de São Paulo para patrocinar ações de proteção em áreas relevantes da Mata Atlântica e do Cerrado Paulista.
  • Assinou termo de cooperação mútua com a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema) e com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) para contribuir para a conservação e a manutenção das UCs e salvaguardar o patrimônio natural, protegendo espécies da fauna e da flora, os recursos hídricos, e o sequestro e estoque de carbono da atmosfera, garantidos pelas formações florestais.
  • Beneficiou 11 Unidades de Conservação em São Paulo: Estação Ecológica Sebastião Aleixo e Refúgio da Vida Silvestre Aimorés – Gleba Jardim Botânico, em Bauru; Estação Ecológica Caetetus, em Gália; Estação Ecológica Santa Bárbara, em Águas de Santa Bárbara; Estação Ecológica Barreiro Rico, em Anhembi; Parque Estadual Carlos Botelho, em São Miguel Arcanjo; Parque Estadual Nascentes do Paranapanema, em Capão Bonito; Estação Ecológica Avaré, em Avaré; Estação Ecológica Paranapanema, em Paranapanema; Estação Ecológica Angatuba, em Angatuba; e Estação Ecológica Itapeva, em Itapeva.
  • Entrega de projeto executivo de ponte suspensa para primatas cruzarem estradas sem risco de atropelamento e para evitar o isolamento entre áreas na Estação Ecológica Barreiro Rico, no município de Anhembi (SP);
  • Realização de estudos e recomendações para o controle de espécies invasoras que causam impacto à biodiversidade local e monitoramento remoto da fauna, com a utilização de gravadores e câmeras trap, contribuindo para a identificação de espécies e monitoramento de indicadores de qualidade ambiental.

Gestão Integrada de Paisagens

Em 2023, colocamos em prática nosso projeto desenvolvido em conjunto com a organização não governamental Conservação Internacional Brasil (CI-Brasil): “Gestão Integrada de Paisagens: geoinformação para tomada de decisão no território de atuação da Bracell”.

A iniciativa tem relação direta com os compromissos do Bracell 2030, ao desenvolver um sistema integrado de inteligência territorial para gerir o capital natural da Companhia e garantir paisagens sustentáveis em toda região de influência da empresa. Para isso, utilizamos uma metodologia inovadora, que conecta 19 indicadores, em uma abordagem integrada e holística em três eixos: conservação, restauração da vegetação nativa e uso e ocupação do solo.

Ações e compromissos pela Biodiversidade

  • TNFD: somos signatários, desde 2022, do Taskforce on Nature-related Financial Disclosure (TNFD, sigla em inglês para Força-tarefa para Divulgação Financeira Relacionada à Natureza), por meio da Plataforma Ação pela Natureza do CEBDS – do qual somos associados desde 2021. A iniciativa busca impulsionar a responsabilização e a mudança real na percepção e na forma de gestão dos recursos naturais nos territórios nos quais as empresas participantes atuam.
  • CEBDS: como associados, nos comprometemos a considerar a biodiversidade como um pilar da estratégia de sustentabilidade da Companhia, assegurando:
    • Gerenciamento de riscos e prevenção de impactos em biodiversidade;
    • Promoção da biodiversidade na cadeia produtiva;
    • Realização de projetos de P&D em conservação da biodiversidade;
    • Monitoramento da fauna e da flora;
    • Divulgação de dados de biodiversidade;
    • Disseminação de conhecimento em biodiversidade;
    • Manutenção de um plano de conservação e recuperação da biodiversidade; e
    • Condução de iniciativas de promoção à biodiversidade em parceria com stakeholders.

Acesse as nossas metas estabelecidas com o CEBDS.

  • Termo de Cooperação Mútua em Biodiversidade: possuímos com a Secretaria de Meio Ambiente da Bahia (Sema) o Termo, voltado para o desenvolvimento de ações pela proteção da biodiversidade em áreas de Mata Atlântica.
  • Fundação Florestal: assinamos um termo de patrocínio de longo prazo, de dez anos, com a Fundação Florestal, vinculado à Secretaria do Meio Ambiente do Governo de São Paulo, para apoio em ações para proteção e conservação de Unidades de Conservação, que inclui áreas relevantes da Mata Atlântica e do Cerrado.
  • Instituto de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso do Sul (Imasul): assinamos o termo de cooperação técnica com o Imasul para apoio em ações para proteção e conservação de áreas de vegetação nativa.
  • Empresa Amiga da Mata Atlântica: aderimos à iniciativa do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). Somos considerados uma organização que contribui para a conservação e o uso sustentável do bioma.
  • Pacto pela Restauração da Mata Atlântica: movimento de adesão voluntária que tem como meta restaurar 15 milhões de hectares até 2050. O Pacto traz o histórico de metodologias de restauração, parceiros e pesquisas, além da interação com outras iniciativas para as quais os nossos modelos também poderão servir de exemplo.
  • SOS Mata Atlântica: somos parceiros da ONG e nos comprometemos a realizar ações para promover a restauração de 30 hectares em áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal, contribuindo para a formação de corredores ecológicos em prol da biodiversidade e melhoria na qualidade das águas.

A Bracell não realiza atividades que impliquem compartilhamento de benefícios.

 

 

GRI 101-1 Políticas para deter e reverter a perda de biodiversidade

Em 2023 não houve impactos socioambientais significativos resultantes das operações da Bracell. A empresa atua com o objetivo de aumentar os efeitos positivos de suas operações e atividades e, ao mesmo tempo, mitigar ou minimizar impactos negativos.  Para tanto, a Companhia:

  • Mantém um levantamento atualizado dos aspectos e impactos socioambientais, envolvendo todas as áreas operacionais, para identificar, prevenir e corrigir quaisquer problemas;
  • Identifica e avalia impactos socioambientais antes do início das operações;
  • Avalia os produtos comercializados quanto aos riscos relacionados a segurança, saúde e meio ambiente;
  • Realiza monitoramento de impactos frequentemente para medir a evolução do processo e avaliar a necessidade de ações estratégicas.

Ações que integram a gestão de riscos e prevenção de impactos potenciais à biodiversidade

  • Monitoramento de variações decorrentes do manejo florestal – anual para fauna e bianual para flora (nas operações da Bahia); a cada três anos para fauna e a cada cinco anos para flora (nas operações de São Paulo).
  • Monitoramento da fauna durante a execução do corte e baldeio – caso algum animal permaneça na região e esteja em perigo, é afugentado, resgatado ou transportado à reserva mais próxima.
  • Realização do plantio de eucalipto apenas em áreas anteriormente ocupadas por culturas agrícolas ou pastagens – a Bracell não pratica conversão de florestas nativas conforme as diretrizes da política de sustentabilidade da empresa e considera para fim de análise temporal de imagens a data de julho 2008, de acordo com as diretrizes da Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 – Código Florestal Brasileiro.
  • Monitoramento dos potenciais impactos em áreas adjacentes, como Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) pelos próprios colaboradores em campo; via imagem de satélite e drones; e durante as campanhas de monitoramento de fauna e flora. Durante o monitoramento de biodiversidade nenhum impacto foi observado até o presente momento, devido às boas práticas de manejo silviculturais da Bracell.
  • Não introdução de espécies invasoras, pragas e patógenos e não promoção de mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação.
  • Realização da análise da qualidade da água em unidades de manejo representativas, a fim de monitorar possíveis alterações em suas características físico-químicas, para verificar se essas ocorreram em decorrência das operações florestais, visando prevenir, minimizar e mitigar os impactos negativos sobre os corpos d’água.
  • Monitoramento sistemático dos veículos e maquinários movidos a diesel, de acordo com a legislação, que podem causar poluição atmosférica.
  • Manipulação e sinalização de produtos químicos de acordo com a legislação, normas regulamentadoras e normas certificadoras.
  • Identificação das atividades consideradas de maior impacto potencial à biodiversidade como as atividades de implantação de florestas, colheita e transporte, identificadas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais (AIA).

A Bracell também conduz o programa de erradicação de espécies exóticas vegetais (espécies que não pertencem naturalmente ao bioma). Por meio dessa iniciativa, retiramos as espécies que causam impactos negativos na dinâmica natural de sucessão ecológica da vegetação nativa existente em áreas da empresa. Também realizamos o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com o objetivo de reestabelecer a vegetação nativa local. Para garantir sucesso na recuperação e promover processos ecológicos naturais, a Companhia busca inserir, além do plantio convencional de mudas nativas, técnicas como deposição de material orgânico e uso da nucleação, visando maior aproveitamento (leia mais no conteúdo GRI 3-3 Gestão do Tópico Material Biodiversidade).

GRI 101-2 Gestão de impactos à biodiversidade

Em 2023 não houve impactos socioambientais significativos resultantes das operações da Bracell. A empresa atua com o objetivo de aumentar os efeitos positivos de suas operações e atividades e, ao mesmo tempo, mitigar ou minimizar impactos negativos.  Para tanto, a Companhia:

  • Mantém um levantamento atualizado dos aspectos e impactos socioambientais, envolvendo todas as áreas operacionais, para identificar, prevenir e corrigir quaisquer problemas;
  • Identifica e avalia impactos socioambientais antes do início das operações;
  • Avalia os produtos comercializados quanto aos riscos relacionados a segurança, saúde e meio ambiente;
  • Realiza monitoramento de impactos frequentemente para medir a evolução do processo e avaliar a necessidade de ações estratégicas.

Ações que integram a gestão de riscos e prevenção de impactos potenciais à biodiversidade

  • Monitoramento de variações decorrentes do manejo florestal – anual para fauna e bianual para flora (nas operações da Bahia); a cada três anos para fauna e a cada cinco anos para flora (nas operações de São Paulo).
  • Monitoramento da fauna durante a execução do corte e baldeio – caso algum animal permaneça na região e esteja em perigo, é afugentado, resgatado ou transportado à reserva mais próxima.
  • Realização do plantio de eucalipto apenas em áreas anteriormente ocupadas por culturas agrícolas ou pastagens – a Bracell não pratica conversão de florestas nativas conforme as diretrizes da política de sustentabilidade da empresa e considera para fim de análise temporal de imagens a data de julho 2008, de acordo com as diretrizes da Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 – Código Florestal Brasileiro.
  • Monitoramento dos potenciais impactos em áreas adjacentes, como Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) pelos próprios colaboradores em campo; via imagem de satélite e drones; e durante as campanhas de monitoramento de fauna e flora. Durante o monitoramento de biodiversidade nenhum impacto foi observado até o presente momento, devido às boas práticas de manejo silviculturais da Bracell.
  • Não introdução de espécies invasoras, pragas e patógenos e não promoção de mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação.
  • Realização da análise da qualidade da água em unidades de manejo representativas, a fim de monitorar possíveis alterações em suas características físico-químicas, para verificar se essas ocorreram em decorrência das operações florestais, visando prevenir, minimizar e mitigar os impactos negativos sobre os corpos d’água.
  • Monitoramento sistemático dos veículos e maquinários movidos a diesel, de acordo com a legislação, que podem causar poluição atmosférica.
  • Manipulação e sinalização de produtos químicos de acordo com a legislação, normas regulamentadoras e normas certificadoras.
  • Identificação das atividades consideradas de maior impacto potencial à biodiversidade como as atividades de implantação de florestas, colheita e transporte, identificadas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais (AIA).

A Bracell também conduz o programa de erradicação de espécies exóticas vegetais (espécies que não pertencem naturalmente ao bioma). Por meio dessa iniciativa, retiramos as espécies que causam impactos negativos na dinâmica natural de sucessão ecológica da vegetação nativa existente em áreas da empresa. Também realizamos o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com o objetivo de reestabelecer a vegetação nativa local. Para garantir sucesso na recuperação e promover processos ecológicos naturais, a Companhia busca inserir, além do plantio convencional de mudas nativas, técnicas como deposição de material orgânico e uso da nucleação, visando maior aproveitamento (leia mais no conteúdo GRI 3-3 Gestão do Tópico Material Biodiversidade).

GRI 101-4 Identificação de impactos à biodiversidade

A avaliação de riscos à biodiversidade considera o modelo de negócio da Bracell e as operações. Para tanto, os fornecedores de madeira controlada foram classificados como mais sensíveis às questões de impacto ecológico pelo controle operacional não ser realizado diretamente pela Bracell. Para monitorar os fornecedores de madeira em relação aos riscos socioambientais, a Bracell aplica a norma de Madeira Controlada (CW – controlled wood) em sua operação, que passa por verificação durante a auditoria de Cadeia de Custódia.

Todo fornecimento de madeira passa por Due Diligence System (DDS), no qual são identificados os principais riscos ambientais e sociais visando extinguir todas as possibilidades de entrada de madeira de fontes controversas. A Companhia realiza a avaliação e inspeção documental e em campo, onde são avaliadas as práticas de contenção de vazamento de óleo, destinação adequada de resíduos, não uso de queimada para limpeza e respeito à demarcação das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, entre outros aspectos operacionais.

Em caso de não conformidade, é gerado um plano de ação corretivo e persistindo o desvio, o fornecimento para a fábrica é bloqueado até a devida adequação. Adicionalmente, o proprietário rural se compromete a cumprir com as exigências dessa e de outras leis aplicáveis a partir da assinatura do contrato com a Bracell, mediante cláusula que trata do tema.

A Bracell dispõe do Sistema de Gestão Florestal (SGF), parte do projeto e-Forest, de cadastro de fazendas e dos serviços de silvicultura, colheita e transporte florestal das operações da Companhia. As informações georreferenciadas dos fornecedores de madeira constam nesse sistema, portanto 100% da madeira utilizada no processo de celulose é rastreável, tanto nas fazendas como em talhão produtivo.

Destaca-se que toda madeira controlada também passa por avaliação temporal de conversão durante a negociação de compra, tendo como base a data de julho 2008, de acordo com as diretrizes do Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012). Além disso, os fornecedores de madeira se comprometem a cumprir as exigências desta e de outras leis aplicáveis, mediante cláusulas específicas em seus contratos com a Bracell.

Em 2023, cerca de 30% da madeira utilizada no processo de celulose foi proveniente de fontes controladas, enquanto que 70% foram de fontes certificadas sob manejo da Bracell. No ano, 85 fornecedores forneceram madeira de fonte controlada para as fábricas de São Paulo e Bahia. Destes, 100% foram auditados pela equipe Bracell. A Bracell não adquire madeira de fontes controversas.

GRI 304-1 – Unidades operacionais próprias, arrendadas ou geridas dentro ou nas adjacências de áreas de proteção ambiental e áreas de alto valor de biodiversidade situadas fora de áreas protegidas

Para identificar e monitorar possíveis Áreas de Alto Valor de Conservação (AAVC), desenvolvemos um diagnóstico que verifica os atributos biológicos, ecológicos, sociais ou culturais de cada local. Com o cenário de expansão das atividades florestais da Bracell, estamos trabalhando na revisão das potenciais áreas de alto valor de conservação da Companhia a partir de critérios e premissas estabelecidos pelo Proforest.

Áreas de Alto Valor de Conservação

No estado de São Paulo:

  • Fazenda Nova América (117,74 hectares – AVC 1): tem como atributo a concentração de diversidade biológica no local, incluindo espécies significativas em nível global, regional ou nacional: endêmicas, raras, ameaçadas ou em perigo de extinção, como é o caso da canela-sassafráz (Ocotea odorifera) para flora e da raposinha-do-campo (Lycalopex vetulus) para fauna.
  • Fazenda Rio Verde (190,40 hectares – AVC 2): trata-se do maior fragmento de Cerradão em um raio de 2 km. Seu valor é enquadrado no atributo de ecossistemas e mosaicos de ecossistemas extensos em nível de paisagem, significativos em nível global, regional ou nacional, contendo populações viáveis da grande maioria das espécies de ocorrência natural em padrões naturais de distribuição e abundância.

No estado da Bahia:

  • Fazenda Santo André (229,83 hectares – AVC 1 e 3): encontra-se em área de Cerrado, apresentando biodiversidade única para a região entre o bioma Caatinga e Mata Atlântica. O fragmento de vegetação inserido no projeto possui grande extensão, sendo considerado AAVC, com concentração significativa de valores referentes à biodiversidade. O angelim-rasteiro (Andira humilis) e o batuqueiro (Saltatricula atricollis), endêmicos do Cerrado, foram identificados no local. Destaque para o elevado índice de registro de felinos como Gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae), Gato-mourisco (Herpailurus yagouaroundi), Jaguatirica (Leopardus pardalis) e grande abundância de sucupira-preta (Bowdichia virgilioides).
  • Fazenda Jaboticaba (197,05 hectares – AVC 1 e 3): é uma das menores reservas da Bracell, com 198 hectares de Mata Atlântica. Apresenta amplo complexo ecossistêmico, com floresta ombrófila densa e restinga, além de fragmento conservado de muçununga. A área abriga espécies bioindicadoras de qualidade ambiental, como Cabeça-de-frade-violeta-da-praia (Melocactus violaceus), Anambé-de-asa-branca (Xipholena atropurpurea), Guigó-de-coimbra-filho (Callicebus coimbrai) e perereca-de-vidro (Vitreorana baliomma).
  • RPPN Lontra (1.378,16 hectares – AVC 1,2 e 3): maior reserva particular do litoral norte da Bahia. Esse antigo remanescente de floresta ombrófila abriga uma vasta biodiversidade, sendo a área com a maior diversidade herpetológica e ornitológica monitorada pela Companhia na Bahia. Dentre as espécies encontradas estão o macaco-prego-do-peito-amarelo (Sapajus libidinosus), o sapo-foguete (Allobates olfersioides), a papa-taoca-da-bahia (Pyriglena atra) e a palmeira-jussara (Euterpes edulis). A RPPN Lontra detém o único registro de surucucu-pico-de-jaca (Lachesis muta) do litoral norte da Bahia.
  • Fazenda Raiz (675,77 hectares – AVC 1 e 3): inserido na Caatinga, no agreste baiano. A Fazenda Raiz conserva uma importante diversidade de animais e plantas representativas do bioma. Como destaque principal está a população de gato-do-mato-pequeno (Leopardus emiliae), a única espécie de felino endêmica do Brasil.

GRI 304-2 Impactos significativos de atividades, produtos e serviços na biodiversidade

Em 2023 não houve impactos socioambientais significativos resultantes das operações da Bracell. A empresa atua com o objetivo de aumentar os efeitos positivos de suas operações e atividades e, ao mesmo tempo, mitigar ou minimizar impactos negativos.  Para tanto, a Companhia:

  • Mantém um levantamento atualizado dos aspectos e impactos socioambientais, envolvendo todas as áreas operacionais, para identificar, prevenir e corrigir quaisquer problemas;
  • Identifica e avalia impactos socioambientais antes do início das operações;
  • Avalia os produtos comercializados quanto aos riscos relacionados a segurança, saúde e meio ambiente;
  • Realiza monitoramento de impactos frequentemente para medir a evolução do processo e avaliar a necessidade de ações estratégicas.

Ações que integram a gestão de riscos e prevenção de impactos potenciais à biodiversidade

  • Monitoramento de variações decorrentes do manejo florestal – anual para fauna e bianual para flora (nas operações da Bahia); a cada três anos para fauna e a cada cinco anos para flora (nas operações de São Paulo).
  • Monitoramento da fauna durante a execução do corte e baldeio – caso algum animal permaneça na região e esteja em perigo, é afugentado, resgatado ou transportado à reserva mais próxima.
  • Realização do plantio de eucalipto apenas em áreas anteriormente ocupadas por culturas agrícolas ou pastagens – a Bracell não pratica conversão de florestas nativas conforme as diretrizes da política de sustentabilidade da empresa e considera para fim de análise temporal de imagens a data de julho 2008, de acordo com as diretrizes da Lei 12.651 de 25 de maio de 2012 – Código Florestal Brasileiro.
  • Monitoramento dos potenciais impactos em áreas adjacentes, como Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) pelos próprios colaboradores em campo; via imagem de satélite e drones; e durante as campanhas de monitoramento de fauna e flora. Durante o monitoramento de biodiversidade nenhum impacto foi observado até o presente momento, devido às boas práticas de manejo silviculturais da Bracell.
  • Não introdução de espécies invasoras, pragas e patógenos e não promoção de mudanças em processos ecológicos fora da faixa natural de variação.
  • Realização da análise da qualidade da água em unidades de manejo representativas, a fim de monitorar possíveis alterações em suas características físico-químicas, para verificar se essas ocorreram em decorrência das operações florestais, visando prevenir, minimizar e mitigar os impactos negativos sobre os corpos d’água.
  • Monitoramento sistemático dos veículos e maquinários movidos a diesel, de acordo com a legislação, que podem causar poluição atmosférica.
  • Manipulação e sinalização de produtos químicos de acordo com a legislação, normas regulamentadoras e normas certificadoras.
  • Identificação das atividades consideradas de maior impacto potencial à biodiversidade como as atividades de implantação de florestas, colheita e transporte, identificadas na Matriz de Aspectos e Impactos Ambientais (AIA).

A Bracell também conduz o programa de erradicação de espécies exóticas vegetais (espécies que não pertencem naturalmente ao bioma). Por meio dessa iniciativa, retiramos as espécies que causam impactos negativos na dinâmica natural de sucessão ecológica da vegetação nativa existente em áreas da empresa. Também realizamos o Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, com o objetivo de reestabelecer a vegetação nativa local. Para garantir sucesso na recuperação e promover processos ecológicos naturais, a Companhia busca inserir, além do plantio convencional de mudas nativas, técnicas como deposição de material orgânico e uso da nucleação, visando maior aproveitamento (leia mais no conteúdo GRI 3-3 Gestão do Tópico Material Biodiversidade).

GRI 304-3 Habitats protegidos ou restaurados

A Bracell destina mais de 35% das áreas de sua operação florestal à preservação e conservação da vegetação nativa. A demarcação é realizada a partir dos critérios estabelecidos no Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012). As áreas degradadas até julho de 2008 entram no planejamento de recuperação de áreas da operação florestal da Companhia.

Desde 2015, a Bracell vem executando seu Programa de Restauração de Áreas Degradadas na Bahia, sendo que sua metodologia foi aprovada pelo órgão ambiental estadual competente, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). As áreas de vegetação nativa foram restauradas utilizando técnicas de plantio, melhorias na qualidade do solo e controle de processos erosivos.

Na Bahia, a Bracell realiza o Programa de Regularização de Áreas, conduzido em três etapas:

  • Diagnóstico: a área programada para receber o plantio no ano recebe visita técnica para observação das condições do solo, vegetação nativa existente na área de influência direta e indireta, seleção de técnicas de restauração e organização do cronograma de ações;
  • Execução: nas áreas em recuperação podem ser aplicadas técnicas para reconstituição de taludes, paliçada ou uso de sacos de contenção, e de desagregação de solo, deposição de matéria orgânica, transporte de galharias, instalação de poleiros, adubação, adição de nutrientes, combate de formigas e plantio de mudas nativas (direto 4 x 4, nucleação, ou enriquecimento);
  • Manutenção e monitoramento: durante três anos, as áreas passam por monitoramento e ações para potencializar o desenvolvimento da vegetação instalada com coroamento, controle de formigas e enriquecimento.

Em 2023, mais de 60 hectares passaram por processos de restauração ativa e mais de 450 hectares por controle de espécies exóticas invasoras, na unidade florestal da Bahia. Para 2024, a meta é incluir estratégias robustas para a restauração do horizonte orgânico, desenvolver parceiros para melhorar os resultados na restauração florestal, assim como criar métodos de monitoramentos mais assertivos para a regeneração natural.

Nas operações de São Paulo, o Programa de Restauração de Áreas Degradadas, realizou em 2023, 188 ha de atividades de restauração. Os resultados vêm sendo acompanhados por meio de relatórios e quando pertinente, são disponibilizados aos órgãos ambientais competentes. Para 2024, a meta é realizar as atividades de restauração em 393 ha em áreas de conservação.

Uma iniciativa da Bracell em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, organização não governamental ambiental brasileira, resultou no plantio de árvores do bioma Mata Atlântica em áreas de parceiros da Companhia nos municípios de Botucatu, Agudos e Piratininga, no estado de São Paulo. Por meio do Programa Florestas do Futuro, executado pela Fundação, a Bracell iniciou a restauração florestal de matas ciliares, contribuindo com a proteção dos recursos hídricos das nascentes das áreas contempladas. A ação teve início em 2022 e a fase de plantio foi concluída em 2023.

No município de Botucatu (SP), foram plantadas 61.975 mudas, em Agudos (SP), 10.025 e, em Piratininga (SP), 5.000, totalizando 77 mil árvores da Mata Atlântica, que é o bioma mais devastado do Brasil e considerado um dos dez ecossistemas-bandeira para a restauração florestal no mundo pela Década da Restauração de Ecossistemas.

Monitoramento ambiental

Todas as informações de uso do solo das áreas sob gestão da Bracell são georreferenciadas, incluindo as Áreas de Preservação Permanente (APP), Reserva Legal (RL) e demais Áreas de Vegetação Nativa destinadas à conservação. Informações sobre a área produtiva de eucalipto, infraestruturas e recursos hídricos, assim como áreas de grande importância cultural e social também constam neste mapeamento.

As áreas florestais são monitoradas por meio de imagens de satélite e drones, que permitem avaliações precisas desde o desenvolvimento das florestas plantadas até possíveis ocorrências em campo, como desmatamento e focos de incêndio. O sistema de monitoramento identifica o formato e as configurações das propriedades, realiza inventários detalhados em 3D, aponta eventuais falhas no plantio e ameaças ao crescimento de árvores, mapeia as áreas de difícil acesso e identifica riscos e potenciais impactos para ação imediata.

Além disso, dispomos do Programa de Monitoramento da Biodiversidade, para gestão da informação a respeito das espécies identificadas, níveis tróficos e grau de preservação das áreas em que atuamos. Periodicamente, equipes especializadas monitoram a fauna e a flora em fragmentos representativos dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga. Esses dados auxiliam a Companhia no emprego das melhoras práticas de manejo florestal, de forma que as estratégias estejam alinhadas à ampliação dos efeitos positivos das iniciativas, além de minimizar possíveis impactos negativos relacionados às atividades florestais.

Prevenção e combate a incêndios florestais

Nas Unidades de Conservação, um dos principais riscos é o incêndio florestal. Como medida de mitigação, são construídos aceiros, doados equipamentos para prevenção e controle de incêndios à comunidade local, instaladas placas de sinalização e realizados workshops para brigadistas destinados a vizinhos e membros de comunidades locais.

A Bracell planejou sua área de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais pensando na preservação do meio ambiente, no bem-estar das pessoas e do planeta, e na sustentabilidade e competitividade dos seus negócios. A Companhia possui 37 torres de monitoramento com câmeras de alta resolução que cobrem 85% das áreas em São Paulo e 61% na Bahia, contemplando áreas de florestas plantadas e de conservação.

Na brigada de incêndio, auxiliares de segurança patrimonial e trabalhadores florestais se dividem em dois grupos: Grupo de Ação Rápida (GAR) e Grupo de Identificação e Combate (GIC). Anualmente, no início do período crítico de incêndio, são divulgados mapas onde constam os pontos de captação de água que serão acessados pelos caminhões de combate a incêndios e brigadas ligeiras. Esses pontos são distribuídos de forma estratégica a fim de otimizar o tempo de abastecimento e chegada ao local da ocorrência. Durante a estação do fogo são mantidos especialmente limpos os aceiros internos e externos, com maior atenção àqueles que margeiam áreas críticas.

Além disso, a Companhia assinou Acordo de Cooperação Técnica com o Estado da Bahia, por meio da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), com a interveniência do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), para planejar e executar ações para prevenir e reduzir incêndios florestais.

Em 2023, foi observado um aumento no número de áreas atingidas em relação a 2022, o que pode ser atribuído a questões climáticas. Houve, no ano, grande incidência de dias com temperaturas acima de 30 °C, velocidade do vento acima de 30 km/h e umidade do ar abaixo de 30% – confluência de fatores chamada de triplo 30. Apesar de não termos tido um grande número de ocorrências, foram incêndios de maiores proporções do que no período anterior. Os incêndios florestais registrados não têm origem nas operações da Bracell. Todos têm origem criminosa, natural ou devido a práticas inseguras de terceiros.

Saiba mais sobre as ações e compromissos de proteção da biodiversidade e dos habitats em que a Bracell se insere, no conteúdo GRI 3-3.

GRI 304-4 Espécies incluídas na lista vermelha da IUCN e em listas nacionais de conservação com habitats em áreas afetadas por operações da organização

Para a classificação das espécies identificadas nos monitoramentos de biodiversidade da empresa, são utilizadas listas de proteção oficiais, legislações locais e literatura aplicável de grau de ameaça, raridade, endemismo, importância econômica e migração das espécies, entre outros parâmetros. Para o grau de ameaça de extinção, a classificação é feita nos âmbitos internacional (IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza), nacional (ICMBio – Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção 2018 e Portaria MMA nº 148/2022) e estaduais.

São Paulo

2021 2022 2023
Categoria IUCN ICMBio IUCN ICMBio IUCN ICMBio
Criticamente ameaçadas de extinção 0 0 0 0 0 0
Em perigo 3 3 9 5 9 5
Vulneráveis 6 13 8 8 9 8
Quase ameaçadas 11 12 12
Pouco preocupantes 0 0 625

Nota: para as categorias “Quase Ameaçadas” e “Pouco Preocupante” na lista do ICMBio, apenas espécies ameaçadas estão listadas na legislação pertinente e não outras espécies como na Lista Vermelha da IUCN.

Bahia

  2021 2022 2023
Categoria IUCN ICMBio IUCN ICMBio IUCN ICMBio
Criticamente ameaçadas de extinção 0 0 7 0 1 2
Em perigo 5 6 7 5 6 10
Vulneráveis 19 12 13 15 11 13
Quase ameaçadas 4 11 7 2 7 2
Pouco preocupantes 0 0 252 250 252 250

Nota: para as categorias “Quase Ameaçadas” e “Pouco Preocupante” na lista do ICMBio, apenas espécies ameaçadas estão listadas na legislação pertinente e não outras espécies como na Lista Vermelha da IUCN.